Enfermagem e Suas Teorias (Blog N. 393) Parceria: O Porta-Voz e Painel do Coronel

quinta-feira, 4 de outubro de 2007

Hospitais restringem flores no quarto dos pacientes por risco de infecção

04/10/2007

A medida adotada é preconizada pela Teoria Sistêmica, Ecológica e Cibernética, da Doutora Rosalda Paim, que em seu "Princípio de Adequação do Ambiente, estipula:

A fim de facilitar o equilíbrio das trocas de matéria, energia e informações entre o ser humano e o ambiente, as ações de enfermagem se exercem, também, no sentido de ajustar o meio às necessidades das pessoas.

Portanto, o enfermeiro, além de exercer suas ações no corpo so paciente (sistema humano). atua, simultaneamente (segundo o Princípio das Aões Simultâneas. da referida teoria), atua, também, sobre o ambiente em que o mesmo se acha inserido.

Assim, "A presença de flores no hospital está relacionada a infecções, principalmente fúngicas. Por isso, não permitimos que elas entrem no quarto do paciente" afirma Adriana Silva, enfermeira do controle de infecção do HCor (Hospital do Coração), em São Paulo. As flores enviadas para os pacientes internados no local são mantidas perto da porta, no corredor. A mesma regra é adotada na maternidade Pro Matre Paulista. "Com isso, eliminamos a possibilidade de a flor trazer prejuízos para a mãe ou para o bebê, como a captação de insetos, como formigas, e casos de alergia", explica Maria Augusta de Freitas, superintendente da entidade.A recomendação para evitar flores também consta de um manual sobre prevenção e controle de infecção hospitalar no tratamento pediátrico, publicado no ano passado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).A Teoria Sistêmica, Ecológica e Cibernética, da Professora Titular de Enfermagem Materno-Infantil, Doutora Rosalda Paim, da Universidade Federal Fluminense, prescreve, desde 1974, a atuação do enfermeiro sobre o ambiente do paciente, por isto que adotou a palavra ecológica, em sua designação.

O "Princípio de Adequação do Ambiente", da mencionada teoria, é explicitado e complementado, através dos seguintes

Corolários:

- A adequação dos vestimentas, do leito, dos consultórios, das enfermarias e outros elementos próximos, constituem aspectos do "Processo de Adequação do Ambiente".

- O equilíbrio do ambiente de trabalho, de lazer e outros representam detalhes do "Processo de Adequação do Meio".

- As medidas de saneamento básico e de organização e administração do sistema de trânsito constituem procedimentos de Adequação do Ambiente.

- A ação do enfermeiro no controle de infecção hospitalar, como partícipe ou não de Comissão Específica, constitui um detalhe da "Adequação do Ambiente".

- A Educação em Saúde às pessoas (sadias ou doentes), família ou comunidade; o treinamento em serviço (pessoal serviçal e de enfermagem) e a educação continuada das ações protetoras do meio ambiente hospitalar, fazem parte da função do enfermeiro no "Processo de Adequação do Ambiente".

- O equilíbrio ou desequilíbrio do ambiente, a sua adequação ou inadequação afetará as relações de trocas de matéria, energia e informações e, por esta via, contribui para assegurar as condições de homeostasia do organismo ou para provocar desvios dessa condição.

- A "Adequação do Ambiente" é um pressuposto básico para harmonia das trocas e o conseqüente equilíbrio ou homeostasia do organismo.

- As trocas de matéria, energia e informações poderão ser adequadas ou inadequadas em função da favorabilidade ou não do ambiente.

- As ações de enfermagem dispensadas à adequação do ambiente constituem medidas facilitadoras das trocas entre o organismo e o meio, capazes de contribuírem para a promoção, proteção ou restauração da homeostasia.

Os Princípios de Ação Simultânea e de Adequação do Ambiente caracterizam a Enfermagem Ecológica

O inteiro teor da matéria que originou esta postagem é o seguinte:

Oferecer flores é um sinal de carinho, cuidado e atenção. Mas, se a intenção for celebrar a chegada de um bebê ou animar um amigo que está doente, talvez seja melhor pensar em outro presente. Em muitos hospitais e maternidades, há restrição à entrada de plantas, devido ao risco de infecção que elas também representam.

"A presença de flores no hospital está relacionada a infecções, principalmente fúngicas. Por isso, não permitimos que elas entrem no quarto do paciente" afirma Adriana Silva, enfermeira do controle de infecção do HCor (Hospital do Coração), em São Paulo. As flores enviadas para os pacientes internados no local são mantidas perto da porta, no corredor.

A mesma regra é adotada na maternidade Pro Matre Paulista. "Com isso, eliminamos a possibilidade de a flor trazer prejuízos para a mãe ou para o bebê, como a captação de insetos, como formigas, e casos de alergia", explica Maria Augusta de Freitas, superintendente da entidade.

A recomendação para evitar flores também consta de um manual sobre prevenção e controle de infecção hospitalar no tratamento pediátrico, publicado no ano passado pela Anvisa (Agência Nacional de Vigilância Sanitária).

De acordo com o material, já foram descritos casos de transmissão do fungo Aspergillus terreus para pacientes imunodeprimidos (como os que têm câncer ou são portadores do vírus HIV) devido à presença de plantas no ambiente hospitalar. Ainda segundo o manual, "vários outros microorganismos patogênicos têm sido isolados de plantas e flores em hospitais e são potenciais fatores de risco para infecção".

Ana Paula de Oliveira Pacheco, enfermeira do serviço de epidemiologia e controle de infecção hospitalar do Hospital Pequeno Príncipe, em Curitiba, ressalta que não há dados que comprovem o aumento da infecção hospitalar devido à presença de flores no ambiente, mas concorda que o cuidado é necessário.

No Pequeno Príncipe, por exemplo, não há nenhum tipo de planta nas áreas internas. "A umidade e a presença de material orgânico em deposição na terra dos vasos favorece o crescimento de bactérias e de fungos", explica.

Em casa

Mesmo em casa, é preciso tomar alguns cuidados. Segundo Pacheco, não é aconselhável manter plantas dentro do quarto das crianças. Além do risco de elas serem picadas por um inseto ou entrarem em contato com microorganismos presentes na terra, existe a chance de envenenamento: a copo-de-leite e a comigo-ninguém-pode são exemplos de plantas tóxicas.

De acordo com Freitas, da Pro Matre Paulista, é preciso se desfazer das flores assim que elas perderem o viço e trocar a água dos vasos diariamente, para evitar a proliferação de alguns tipos de bactérias. E ela dá mais uma dica: escolher flores que não venham acompanhadas de muitos adereços, como papel celofane e fitas. "Assim, a gente produz menos lixo e ajuda também a 'saúde' do planeta."

http://www1.folha.uol.com.br/folha/equilibrio/noticias/ult263u333763.shtml


Com o propósito de complementar a matéria supra, acrescentamos o

"Princípio das Ações Simultâneas", acompanhado de seus corolários, integrante da referida teoria, que estipula:

A enfermagem deve sempre e, simultaneamente, cuidar da pessoa e efetuar a adequação do seu ambiente imediato, a fim de facilitar o processo de trocas de matéria, energia e informações entre ambos.

Corolário:

A enfermagem busca promover, preservar ou restaurar o equilíbrio do organismo humano, atuando diretamente sobre o mesmo e, simultaneamente, sobre o se u entorno, adequando-o, com a finalidade de favorecer a harmonia das contínuas trocas de matéria, energia e informações que se processam entre o homem e o ambiente:

Todas as relações do homem com o meio físico, biológico, tecnológico e social podem ser, pois, analisadas em sua dimensão ecológica.

- O meio ambiente pode e deve ser considerado como extensão do nosso próprio corpo, como já o são os instrumentos que utiliza.

- O equilíbrio do ambiente resulta, por sua vez, de nossas ações ou omissões em relação ao mesmo.

O ambiente é, pois, tudo que está externamente ao corpo ou ao sistema considerado, isto é, tudo que nos cerca. Na realidade, ao tomarmos em consideração um ser humano, o resto é o seu ambiente.

- Os desequilíbrios do ecossistema dificultam as condições do estado de homeostasia do organismo humano, já que inexiste descontinuidade absoluta entre o homem e o meio.

Os princípios mencionados e, seus corolários, caracterizam a Enfermagem Ecológica, expressa na Teoria Sistêmica, Ecológica e Cibernética, de Rosalda Paim, consubstanciada no


"Princípio da Enfermagem Ecológica" e seus corolários:

O homem e o ambiente representam, cada um de per si, um sistema, exercendo ações recíprocas (trocas de matéria, energia e informações) e, formam em conjunto, um novo sistema (o sistema homem/ambiente), o qual a enfermagem não pode abordar dissociadamente.

Corolários :

- O homem está intimamente interligado e interrelacionado com o ecossistema, de modo que o ambiente contíguo, imediato ao seu corpo, pode ser considerado como a própria extensão do mesmo.

- Das relações harmônicas ou inadequadas entre o homem e o ambiente podem resultar em situações equilíbrio ou de desequilíbrio para um ou outro, ou para um e outro.

- A roupa, o leito, a enfermaria, o lar, o ambiente de trabalho ou de lazer, os meios de transporte e, outros componentes ambientais, influem nas condições de equilíbrio/desequilíbrio do ser humano.

- O enfermeiro deve atentar para todas as formas de poluição do ambiente que possam resultar em intercâmbios inadequados e comprometer a homeostasia da pessoa assistida.

- Face à estreita relação do homem com o seu ecossistema, do qual depende as suas condições de homeostasia, a enfermagem atua necessária e simultaneamente, sempre, sobre ambos.


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